No Empreendedorismo Não Tem Glamour

empreendedorismo é de certa forma “glamourizado” pela mídia atual. Casos de pessoas que abandonaram tudo, criaram um negócio rentável e ficaram ricas com o fruto de seu trabalho “hiper legal”, uhulll!!!!!!!. [Balde de água fria] Na verdade negócios assim são raríssimos e muitas vezes acontecem com pessoas que tiveram uma dúzia de negócios anteriores que não deram certo.

Em nossa sociedade fala-se muito daqueles 1% que tiveram sucesso e esquece-se daqueles 33% que fracassaram e dos 66% que fracassaram miseravelmente.
O fracasso é tão importante quanto o sucesso, se não mais. No fracasso você é levado à refletir sobre o que você fez, sobre o que deu certo e o que deu errado, sobre determinados pontos onde uma decisão errada foi tomada, sobre qual decisão será tomada agora, etc. O problema é que, assim como em um iceberg, as pessoas só veem esse 1% que a mídia mostra, na verdade esse 1% teve algo que fez de destaque para estar lá, e muitas vezes trabalha até 10 vezes mais do que você trabalha no seu negócio, não se esqueça disso.
Fala-se dos cases de sucesso e de como eles conseguiram um investimento de centenas de milhares de dólares de algum investidor estadunidense. A princípio parece que o fundador da empresa agora nada em dinheiro e pode curtir sua vida de luxo com tranquilidade. ERRADO. Esse investimento se torna um peso a mais em suas costas (iron feather), pois, isso custará uma porcentagem (share) da sua empresa, muitas noites de insônia e úlcera gástrica devido à preocupação de operar com lucro (e pagar o investidor), mais noites de insônia e dores-de-cabeça para se estabelecer no mercado e não ser devorado pelos concorrentes, e mais algumas noites de insônia, dores-de-cabeça e úlcera gástrica para conciliar vida pessoal, familiar e profissional.
Iron feather (pluma de ferro) é uma expressão inglesa que significa que algo deveria ser leve como uma pluma, mas é pesado como o ferro.
 
Piores são os casos onde os empreendedores não conseguem investimento. Casos esses em que se torna mais que necessária a força-de-vontade e a habilidade gerencial para controlar todos os gastos e manter uma equipe motivada. O dinheiro para manter a empresa vem da conta pessoal do empreendedor (bootstrapping) ou dos chamados 3Fs: Family, Friends and Fools (Família, amigos e loucos). Aí se estabelece o dilema do empreendedor: devo abandonar meu trabalho para me dedicar à empresa (e tentar arranjar dinheiro de outras formas) ou conciliar o trabalho assalariado com minha empresa (correndo o risco de fazer a empresa estagnar devido ao dinamismo do mercado atual).
Essas são questões que permeiam a atividade empreendedora e estão muito longe do “glamour” percebido pela massa. O empreendedor trabalha duas vezes mais que um assalariado comum e sacrifica muitas coisas da sua vida para poder ter no mínimo (estamos falando de alguns anos) um trabalho que sustente suas necessidades básicas até que tenha o sucesso e o retorno esperado.
Empreender é arriscado e não é à toa que a maioria das pessoas que você conhece querem ser promovidas ou passar em um concurso público. Quanto mais se tem sucesso, mais se trabalha. Sorry, essa é a realidade do empreendedorismo.
Saiba mais como funciona você poderá abrir um empresa do zero!

Vídeo criado por Armindo Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quando o Lucro não Vem

  O lucro é o objetivo de todo negócio. Criamos um produto ou serviço esperando que aquilo nos gere um retorno financeiro ou que pelo m...